21 de outubro de 2012

Ninguém é detentor de um mundo só seu

Muitas vezes pensamos que temos o mundo em nossas mãos e somos incapazes de o perder.
Na verdade… ninguém é suficientemente capaz de transportar um ‘objecto’ tão frágil sem que se desfaça de qualquer coisinha ao longo da sua caminhada.
Entenda-se ‘coisinha’ como uma pessoa, uma companhia, um amigo, um simples objectivo ou até mesmo qualquer coisa que nos referencia ou a quem nós simplesmente nos referenciamos.
Sujeitados, cada vez mais e a cada dia que passa, a um ambiente de ignorância, arrogância, frieza, dureza, seres que deambulam sem olharem para aquilo que os rodeia ou simplesmente seres que simplesmente conseguem ver um EU e esquecendo-se que no dia-a-dia de cada um de nós todos precisamos de um EU, TU, NÓS e os OUTROS, mas infelizmente deparamo-nos com uma sociedade de pura inveja, em que ninguém se preocupa com ninguém.
Vivemos em meios onde simplesmente prevalecem os negativismos sociais, o mal-estar individual e colectivo, onde se fecham os olhos à realidade e se tem vergonha de mostrar que realmente existem situações de extrema precaridade.
Falam-se e criticam-se a passos largos uma sociedade que se fechou para com todos os que nela estão inseridos. Todos como quem diz… todos os que se enquadram numa classe média-baixa, onde os grandes continuam a brilhar até que lhes conseguiam retirar as máscaras.
E nós? Que fazemos? Remamos incansavelmente contra todas as marés.
Somos colocados à prova dia após dia com desafios que nos cansam a alma só em pensarmos que temos de ir buscar forças, ideias, motivação e uma infinidade de factores que nos conduzam à vitória destas lutas diárias.
Colocam-nos desafios e depois confrontam-nos que somos os profissionais, os especialistas e que melhor que os outros temos de encontrar a solução. Na verdade, nós acabamos por ser o tudo e o nada. O tudo pois temos a responsabilidade de determinar a solução adequada perante as situações mas, ao mesmo tempo somos o nada se não conseguirmos mostrar aquilo que os outros simplesmente querem se mostre.
Nos dias de hoje deixa de fazer sentido o “show off”, pois a comunidade deixou de se iludir de grandes espectáculos e precisa urgentemente de acções, mais acções. Não precisamos de intervir para que todos vejam que nós estamos ali ou que existimos. Precisamos é de provar que nós não carecemos de grandes projecções pessoais, mas sim de intervenções com façam a diferença no dia-a-dia de cada um dos que nos procuram.
Urge alertar que precisamos de quem se preocupe com o mesmo que nós, que tenha a mesma visão que nós e que, principalmente, seja detentor de uma força incansável como nós, pois todos temos o ter o mesmo ponto de chegada.
Actualmente, não podemos perder tempo com pormenores insignificantes, pois aqueles que precisam de nós, da nossa ajuda e do nosso aconchego são mais do que aqueles que simplesmente se preocupam com o facto de mostrar que existem e que até estão ali, mas não fazem nada.
É sabido que as- acção, gesto, apoio, solidariedade – existem, mas na verdade é esquecido que existem muitos que precisam que estas deixem de ser palavras e passem a ser atitudes.
Não é fácil mudarmos mentalidades, muito menos educarmos sociedades, pois esta é uma missão muito difícil, mas não impossível de ser cumprida. Diz-se difícil pois a sociedade à qual pertencemos sempre foi uma sociedade de receber e não de dar e, hoje em dia, quando se fala em ‘ vamos ajudar’, ‘ vamos ver o que já não nos serve, mas pode ser útil e quem nada tem’… o que é que se vê? O que é que se ouve? É isso mesmo… criticas, represálias, insultos, desvalorizações. Enfim… um leque que situações indesejáveis a quem precisa e a quem quer ajudar.
Ainda aqui vamos, mas acredito que onde houver boa vontade, haverá sempre um sorriso a ser colocado no rosto de alguém que mais precise.
Lembrem-se que hoje estamos bem, mas amanhã… pois, o amanhã será sempre aquela incógnita, mas quem ontem estava no seu topo nunca saberá se amanhã não estará no chamado ‘fundo do poço’.

1 de novembro de 2010

Uma cultura tradicional de "Halloween" ou de "Pão por Deus" ????

A cultura difunde-se e, através dos meios de comunicação, cria-se uma consciência de pertença a uma mesma colectividade. Essa consciência universal é compatível com a defesa de uma cultura própria, porque unicamente podem compreender as culturas dos outros, aqueles que são capazes de defender a sua própria cultura.
A valorização do património cultural constitui uma das áreas de “intervenção” mais importantes nos dias que correm.
Com efeito, o património cultural permite incorporar elementos de diferenciação nos processos e produtos, permitindo iniciativas consistentes na produção cultural e tradicional.
Atendendo aos fenómenos de globalização, a sociedade adopta, cada vez mais, tradições culturais de outros países e ‘guarda na gaveta’ a cultura e a tradição em que cresceu.
Nos últimos dias, temos vindo a celebrar algumas datas e verificamos que, mesmo nas entidades educacionais, insiste-se em mostrar aos mais jovens a importância de dias comemorativos que não fazem parte da cultura e tradição portuguesa. Fala-se propriamente do dia do “Halloween”.
Com certeza muitos de nós vimos miúdos e graúdos disfarçados com as mais emblemáticas figuras e acessórios supersticiosos que a este dia dizem respeito e todos eles com o seu ar de bom agrado e satisfação por estarem a celebrar uma festividade que nunca foi nossa.
Será que ao menos sabem da consistência desse dia? É provável que não.
Se já vivemos numa sociedade bastante globalizada, pelo “andar da carruagem” e mais dia, menos dia já ninguém sabe o que é o Pão por Deus.
Sim, Pão por Deus, essa é que é a nossa tradição, aquela faz parte da nossa cultura, mas que muitos deixaram cair em esquecimento.
Pedem-se aos mais novos para levarem um saquinho para o Pão por Deus, mas depois esquecem-se de explicar a origem deste dia, a sua importância e o verdadeiro valor que este tem, ou devia ter, numa sociedade.
Infelizmente esta é uma situação, cada vez, mais real.
Por isso, hoje, torna-se importante passar o conhecimento que muitos têm sobre este dia, a todos aqueles que são o futuro de amanhã.

28 de setembro de 2010

"Tenha um coração saudável toda a vida"

Ao longo de uma vida, o coração bombeia cerca de 400 milhões de litro de sangue e, em média, bate sem interrupção 70 vezes por minuto. A sua principal função é a de levar o sangue e todas as substâncias vitais até à mais pequenina célula do organismo, adaptando-se a todo o momento às exigências deste, incluindo em situações de esforço – quando se pratica desporto, por exemplo – e de febre, que originam necessidades acrescidas de oxigénio e, portanto, uma aceleração dos batimentos cardíacos. Se os vasos sanguíneos estiverem obstruídos, a tensão arterial aumenta para assegurar que o sangue chegue aos mais pequenos vasos capilares.
O seu coração deve reagir a todas as variações de ritmo. Assim, se quer realmente mantê-lo em boa forma, imponha-se a certas precauções.
 
Precauções  - Se tem mais de 40 anos de idade e nunca praticou nenhum desporto, faça um electrocardiograma antes de iniciar qualquer actividade física.
 
Lembre-se que se seguir um programa controlando:
  1. O Exercício -  Aumenta a resistência cardíaca, tendo em conta o seu estado de saúde;
                         -  Melhora a função cardíaca pelo aumento controlado dos batimentos.
  2. A Alimentação - Através de um regime adequado de forma a prevenir as doenças cardiovasculares;
  3. O Relaxamento - Obtendo conhecimentos e métodos para fazer uma pausa e liberte-se do stress; 
Recomendações
 
☺ Mexa-se
☺ Alimente-se saudavelmente;
☺ Relaxe e liberte-se do stress;
☺ Não fique fechado em casa;
☺ Controle a sua tenção arterial;
☺ Visite periodicamente o seu médico;
☺ Mantenha-se activo durante todo o dia;

26 de setembro de 2010

Pense...

Não se considere uma pessoa sem conhecimentos quando ficar sem palavras para explicar uma situação…
Mentalize-se que, na sociedade, estamos em constante aprendizagem… pelo que e para além destas nos proporcionarem novos conhecimentos… complementam os que já haviamos adquirido em outras ocasiões.

22 de setembro de 2010

Reflexões...

Definimos a Animação de Idoso como uma forma de actuar em todos os campos do desenvolvimento da qualidade de vida dos mais velhos, sendo um estímulo permanente da vida mental, física e afectiva de pessoas idosas.
Assim, esta vertente da animação garante os direitos das pessoas idosas, combatendo a imobilidade e a indiferença de forma a aliviar as tensões existentes nos idosos através da criação e desenvolvimento de acções que garantam a qualidade de vida e de envelhecimento da pessoa.
É de salientar que a animação representa um conjunto de passos fundamentais que visam uma melhor qualidade de vida, mais activa e com melhores relações interpessoais.
O Animador que trabalha com estas populações deve fazer uma análise dos gostos dos utentes de forma poder planificar acções que visem o bem-estar e a motivação dos que as executam.
Assim, o animador deve executar as acções tendo em atenção os “7 módulos de Animação Sénior”, que são:
1. Animação física e motora, em que se inserem as actividades de Ginástica, as caminhadas, os exercícios que desenvolvam a motricidade fina e grossa.
2. Animação Cognitiva que visa desenvolver/estimular a memória através dos jogos de atenção e de memória, da linguagem e da compreensão.
3. Animação através Comunicação, normalmente trabalhada através da música, da expressão dramática, da escrita ou da fotografia.
4. Animação Lúdica proporcionada pela festas, pelo convívio, pelos passeios e/ou pelos torneios.
5. Expressão – plástica em que o idoso ocupa o seu tempo com a realização de trabalho manuais, como o bordado, as rendas e as pinturas.
6. Animação e Desenvolvimento pessoal e social com o objectivo do idosos “estimular” o auto-conhecimento, descrever histórias de vidas e participando em dinâmicas de grupo.
7. Animação Comunitária, normalmente realizada por idosos activos, agrupa um conjunto de acções que visam a ocupação dos “jovens reformados”, estando direccionada para o entretenimento, o lazer e a brincadeira. A exemplo desta Animação temos as acções de voluntariado desenvolvidas por “jovens idosos” em prol da comunidade.
Se por um lado o Animador deve agrupar as suas acções nos modelos supra mencionados, por outro deve executa-las tendo em conta uma série de técnicas da animação sénior, das quais fazem parte o recortar, o colar, o estampar (com rolhas, batatas, carimbo e outros objecto), as impressões em diferentes papéis, o modelar (com barro, pastas de papel, pastas de modelagem, madeiras, etc.), as técnicas da pintura, do desenho e da colagem. Estas técnicas incorporam, ainda, a expressão dramática, musical e psico-motoras, as tarefas agrícolas, o conversar, a leitura de jornais, o visionamento de filmes, os jogos pedagógicos e cognitivos, a dança, as histórias e os contos populares, a literatura oral e tradicional, a magia, a culinária e o jogos ( de mesa e populares).
Em suma, é de salientar que para que estas acções sejam exequíveis é fundamental dividirem-se os idosos por grupos de dependência, pelo que, para um grupo de idosos independentes é provável que um Animador consiga abordar todas as modalidades da animação obtendo resultados satisfatórios, enquanto para um grupo de idosos semi-dependentes é importante que o grupo esteja restrito a 10 idosos por cada animador.
Por outro lado, um idoso dependente exige a total atenção do animador no executar das acções.
No entanto, o Animador pode e deve beneficiar das capacidades dos idosos, dando “asas à imaginação” e construindo materiais propícios para desenvolver acções, como por exemplo: a construção de uma caixa de jogos tradicionais portugueses, em que no interior de uma caixa seja possível conter: uma bola, um lenço, um pião, malhas de madeira, uma bola de trapos, botões, anilhas, berlindes, espátulas, giz e argolas.
Note-se que é de extrema importância adaptar cada actividade às realidades de cada idoso, tendo sempre presente que a gestão do tempo nestas áreas torna-se essencial, pois o ritmo entre o idoso e o animador é, maioritariamente, diferente.
Por outro lado, animador deve ter sempre em conta que o lazer e o tempo livre dos idosos dependem, essencialmente, de três aspectos:

Autonomia --> Rendimento --> Ambiente.

Em suma, a animação deve permitir que os idosos sejam participativos para que se tornem mais activos e que se sintam úteis, deve incentivá-los a exercer certas actividades que contribuem para o seu desenvolvimento, dando-lhes o sentimento de pertencer a uma sociedade, para que, cuja evolução, possam contribuir e fazer valer os seus direitos, acabando com os mitos existentes acerca do idoso.
É por tudo isto que, a quem trabalha com idosos é-lhe exigido muito mais do que actividades, pois os animadores acabam por ser “a pessoa” que está mais presente na vida do idoso.