27 de junho de 2009

Oportunidades? …. Onde?


Há muito que se ouve falar em novas oportunidades, mas onde estão? Onde se podem encontrar? Por vezes parece que nem novas, nem menos novas… acontece que esgotaram-se (para não dizer que nunca existiram) as oportunidades que muitos falam.

São imensas as pessoas que esperam e/ou desesperam por uma dessas oportunidades, mas são poucos os que lutam para dar-lhes uma possibilidade de colocar em prática alguns dos conhecimentos que possuem. É inacreditável como são olhados quando “batem” à porta de uma instituição tentando que alguém que lhes dê o devido valor, pois muitas das vezes têm de ouvir comentários inadequados à condição com que se haviam deslocado a tal “sitio”.
O que acontecerá aos que continuam a lutar por uma oportunidade? Será que quem ‘desvaloriza’ quem procura já se esqueceu que um dia, também, passou pelo mesmo que muitos estão a passar? São questões que se levavam com muita frequência, mas que não trazem respostas lógicas ou fáceis de perceber.
Enfim, verdades pouco sorridentes que encontramos em realidades convergentes, mas que um dia atingirão outros níveis, assim esperam os que lutam.

19 de junho de 2009

Um possível esclarecimento sobre: Animação, Património e Educação Ambiental na Infância

Dizem os entendidos que a educação visa uma formação integral e harmoniosa do Homem, considerando a sua dimensão biopsicossocial , pelo que deve estar atenta aos pressupostos e às necessidades culturais de cada indivíduo, de cada grupo e de cada época.

A Animação Socioeducativa deve ser vista como uma educação social, pois é entendida como uma estratégia propícia ao desenvolvimento pessoal e comunitário ou, ainda, como instrumento para a convivência e participação. Nesta vertente educacional objectiva-se um crescimento individual e grupal para o qual contribuem as diversas actividades lúdicas que satisfazem o animador. No entanto, criam-se novos rumos e espaços ao trabalho da Animação Socioeducativa, relacionando-a com a inovadora tecnologia educativa, utilizando diferentes técnicas como teatro, expressão dramática, expressão plástica, expressão musical e jogos.
Deste modo, o domínio da Animação Socioeducativa em especial no domínio infantil poder-se-á atender a princípios tais como, a criatividade, componente lúdica, a actividade geradora de dinâmica, a socialização, a liberdade originária de acções sem constrangimento e por último, a participação (Lopes 2006).

Entende-se um programa de Animação Sociocultural na infância como um conjunto de actividades de carácter lúdico, destinado a crianças entre os 3 e os 6 anos de idade, no caso dos Jardins de Infância, as quais podem desenvolver-se independentemente ou em articulação com a educação formal. Essas actividades passam pela realização de acções ligadas à expressão dramática, ao jogo, à expressão musical, à expressão plástica. Se estiverem articuladas com a educação formal, podem operar como tecnologias educativas ao serviço das áreas formais de ensino, permitindo apoiar o ensino da história, criando e recriando imagens e acontecimentos da época, da língua materna, dramatizando um texto, a matemática, associando conjuntos e números a personagens, além de promover a educação para os valores através da expressão de emoções, sempre que o corpo e a expressão emocional se ligam ao sentido dos ditos valores. Há um outro conjunto de actividades, fora do espaço educativo formal, que relaciona a envolvência da comunidade e da família com a vida.
Assim, a Animação patrimonial e a educação ambiental fazem todo o sentido desde logo no Jardim de Infância.
Considera-se a educação ambiental como um ramo da educação, cuja finalidade é incluir novos padrões de conduta relativa ao ambiente nos indivíduos, grupos sociais e sociedade no seu conjunto, através da aquisição de um sentido de valores e atitudes que avivem um interesse activo e as aptidões necessárias para proteger o ambiente. É considerada como um processo contínuo e permanente, começando no pré-escolar e continuando em todas as fases do ensino formal e não formal.
Este ramo da educação pode ser designado por educação ambiental formal ou informal. É formal se for compreendida no âmbito da rede de ensino envolvendo professores, monitores, animadores, técnicos, estudantes e funcionários. Considera-se informal aquela que se dirige a um grande publico, ou sociedade, e que se vale dos meios de comunicação, como por exemplo os eventos sobre o meio ambiente.
Assim, pode considerar-se a educação ambiental como um processo educativo que utiliza metodologias diversas, com o objectivo de formar novos públicos capacitados de analisar, compreender e julgar problemas ambientais
No que concerne à Educação patrimonial, este é um tema ausente ou pouco comum na actual agenda do ensino básico e pré-escolar. Trata-se da consciência histórica que permite valorizar/preservar a cultura material e a memória da nossa sociedade e de outras que nos precederam em nível local, regional ou nacional. Estudiosos de vários países e órgãos como a UNESCO já demonstraram com muita ênfase que a preservação do património cultural depende, principalmente, do conhecimento e de uma educação voltada à compreensão e valorização da diversidade.
Na opinião de Maria de Lourdes Horta (s.d.) , a educação patrimonial pode ser um instrumento de “alfabetização cultural ” que possibilita ao indivíduo fazer a leitura do mundo que o rodeia, levando-o à compreensão do universo sociocultural e da trajectória histórico-temporal em que está inserido. Este processo leva ao desenvolvimento da auto-estima dos indivíduos e comunidades, e à valorização de sua cultura.
É de salientar que todo este trabalho do Animador não é fácil ou, por vezes, bem visto num contexto educativo, pois e infelizmente nem toda a equipa de trabalho consegue diferenciar as funções de cada um.
Um profissional desta área que se encontre num contexto de Jardim de Infância poderá ser, algumas vezes, alvo de criticas, rebaixas ou até mesmo desvalorização, pois existe sempre alguém que se esquece que o Animador deve preocupar-se em quebrar uma rotina, assim como os tempos mortos existentes nos respectivos locais de intervenção através da criação de “novos desafios” com o objectivo de colmatar as necessidades previamente encontradas. Quanto ao profissional de educação, é de salientar que este deve preocupar-se com a promoção da continuidade educativa, facilitando a transição da criança para a etapa seguinte - escolaridade obrigatória.

11 de junho de 2009

Animação Sociocultural como prática de Intervenção Social

As pessoas que pertencem a uma sociedade são detentoras de uma mesma cultura, dos mesmos costumes, partilhando hábitos e valores, daí que as práticas de convivialidade, como se sabe, não são de hoje. Os homens, enquanto seres sociais, sempre constituíram entre si, espaços e tempos de relação interpessoal, convívio, expressão, troca de saberes e experiências, encontrando-se estas práticas de intervenção social nas relações de família, vizinhança, amigos, grupos de trabalho, entre outras.
A partir dos anos 50, face a problemas sociais que se vinham a verificar, a Animação, através de processos comunitários de convivência, recreação e criação cultural, veio difundir novas práticas culturais que desenvolveram e continuam a desenvolver a intervenção social.
Nos dias de hoje a Animação é entendida como uma estratégia de educação para o desenvolvimento, em diversos espaços onde pode intervir, visto que, procura valorizar as aptidões humanas, promovendo a participação social e a organização de grupos.
Com tudo isto, a intervenção social institucionaliza-se como profissão, nas modalidades: pedagógica, social, lúdico-criativa, ambiental, desportiva, entre outras, de forma a criar condições e facilitar processos de mudança das relações sociais contra as desigualdades económicas, sociais e culturais. Assim, considera-se a intervenção social indispensável nas sociedades de hoje para o desenvolvimento da educação a nível do indivíduo e colectivo.
Em suma, considera-se a Animação como um conjunto de acções, realizadas com base na utilização de um determinado número de técnicas de intervenção, destinadas a promover a participação dos indivíduos, dos grupos, das instituições e das comunidades, com o objectivo de melhorar as relações entre os homens, com vista a favorecer a adaptação a novas realidades, assegurando assim, o desenvolvimento social e colectivo, proporcionando ao indivíduo as condições adequadas ao seu próprio aperfeiçoamento e valorização numa perspectiva global.