Muitas vezes pensamos que
temos o mundo em nossas mãos e somos incapazes de o perder.
Na verdade… ninguém é suficientemente
capaz de transportar um ‘objecto’ tão frágil sem que se desfaça de qualquer
coisinha ao longo da sua caminhada.
Entenda-se ‘coisinha’ como
uma pessoa, uma companhia, um amigo, um simples objectivo ou até mesmo qualquer
coisa que nos referencia ou a quem nós simplesmente nos referenciamos.
Sujeitados, cada vez mais e
a cada dia que passa, a um ambiente de ignorância, arrogância, frieza, dureza,
seres que deambulam sem olharem para aquilo que os rodeia ou simplesmente seres
que simplesmente conseguem ver um EU e esquecendo-se que no dia-a-dia de cada
um de nós todos precisamos de um EU, TU, NÓS e os OUTROS, mas infelizmente
deparamo-nos com uma sociedade de pura inveja, em que ninguém se preocupa com
ninguém.
Vivemos em meios onde
simplesmente prevalecem os negativismos sociais, o mal-estar individual e
colectivo, onde se fecham os olhos à realidade e se tem vergonha de mostrar que
realmente existem situações de extrema precaridade.
Falam-se e criticam-se a
passos largos uma sociedade que se fechou para com todos os que nela estão
inseridos. Todos como quem diz… todos os que se enquadram numa classe média-baixa,
onde os grandes continuam a brilhar até que lhes conseguiam retirar as
máscaras.
E nós? Que fazemos? Remamos incansavelmente
contra todas as marés.
Somos colocados à prova dia
após dia com desafios que nos cansam a alma só em pensarmos que temos de ir
buscar forças, ideias, motivação e uma infinidade de factores que nos conduzam
à vitória destas lutas diárias.
Colocam-nos desafios e
depois confrontam-nos que somos os profissionais, os especialistas e que melhor
que os outros temos de encontrar a solução. Na verdade, nós acabamos por ser o
tudo e o nada. O tudo pois temos a responsabilidade de determinar a solução
adequada perante as situações mas, ao mesmo tempo somos o nada se não
conseguirmos mostrar aquilo que os outros simplesmente querem se mostre.
Nos dias de hoje deixa de
fazer sentido o “show off”, pois a comunidade deixou de se iludir de grandes
espectáculos e precisa urgentemente de acções, mais acções. Não precisamos de
intervir para que todos vejam que nós estamos ali ou que existimos. Precisamos
é de provar que nós não carecemos de grandes projecções pessoais, mas sim de
intervenções com façam a diferença no dia-a-dia de cada um dos que nos procuram.
Urge alertar que precisamos
de quem se preocupe com o mesmo que nós, que tenha a mesma visão que nós e que,
principalmente, seja detentor de uma força incansável como nós, pois todos
temos o ter o mesmo ponto de chegada.
Actualmente, não podemos
perder tempo com pormenores insignificantes, pois aqueles que precisam de nós,
da nossa ajuda e do nosso aconchego são mais do que aqueles que simplesmente se
preocupam com o facto de mostrar que existem e que até estão ali, mas não fazem
nada.
É sabido que as- acção,
gesto, apoio, solidariedade – existem, mas na verdade é esquecido que existem
muitos que precisam que estas deixem de ser palavras e passem a ser atitudes.
Não é fácil mudarmos
mentalidades, muito menos educarmos sociedades, pois esta é uma missão muito difícil,
mas não impossível de ser cumprida. Diz-se difícil pois a sociedade à qual
pertencemos sempre foi uma sociedade de receber e não de dar e, hoje em dia,
quando se fala em ‘ vamos ajudar’, ‘ vamos ver o que já não nos serve, mas pode
ser útil e quem nada tem’… o que é que se vê? O que é que se ouve? É isso mesmo…
criticas, represálias, insultos, desvalorizações. Enfim… um leque que situações
indesejáveis a quem precisa e a quem quer ajudar.
Ainda aqui vamos, mas
acredito que onde houver boa vontade, haverá sempre um sorriso a ser colocado
no rosto de alguém que mais precise.
Lembrem-se que hoje estamos
bem, mas amanhã… pois, o amanhã será sempre aquela incógnita, mas quem ontem
estava no seu topo nunca saberá se amanhã não estará no chamado ‘fundo do poço’.
Sem comentários:
Enviar um comentário